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Caminhamos em silêncio durante algum tempo. Começava a ficar incomodada com a situação.
- Então... Não aprecia um agradável diálogo ou é daqueles indivíduos que não se sentem à vontade com uma presença feminina? – Interroguei, tentando quebrar o gelo.
Encarou-me de um modo tão frio que me deixou totalmente arrepiada.
- Perdão! Não pretendia ofendê-lo... – Tentei justificar-me.
- Apreenda algo, menina Ilnarah! Aceitei desposá-la pois o meu pai julga ser o melhor. Eu não planeava casar-me tão repentinamente, muito menos consigo! Por isso, não tente impressionar ou ser agradável. Nada disso me importa! Fui claro? – Vociferou, apontando-me o dedo indicador como se isso intensificasse o seu mau humor.
Fiquei estupefacta com a sua reação. Um novo sentimento avassalou-me, a raiva.
- Diga-me “algo”, menino Colin. Pensa que EU ambiciono unir-me com alguém que não conheço? Pensa que almejo usufruir de um matrimónio onde não subsista amor? NÃO! Mas estou a tentar concretizar um desejo do meu pai. – Afirmei calmamente mas com uma voz severa.
A frieza do seu olhar deu lugar a surpresa. Ficou perplexo com a minha refutação. Aliás, até eu. Nunca detive tal conduta. Sou conhecida como uma jovem amável, paciente, prestativa e benevolente.
Envergonhada por ter deixado escapar a minha frustração e contrariedade, corri. Corri tanto que até estava a ficar sem fôlego. Só quando tropecei numa raiz saliente e caí é que estagnei.
Tentei levantar-me mas acabei por cair novamente.
- E eu a pensar que o meu dia não poderia piorar! – Resmoneei entre dentes, esforçando-me para não deixar escapulir-se um grito de dor que ameaçava libertar-se.
- Ilnarah! – Chamava Colin.
Ionadh correu até mim e presenteou-me com uma molhada lambidela no rosto. Após avaliar o meu estado ladrou como se estivesse a chamar por alguém, a solicitar auxílio.

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