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Aproximei-me.
A minha respiração foi ficando cada vez mais ofegante. Senti medo mas ao mesmo tempo tinha uma enorme curiosidade em saber o que provocava aquele estranho barulho.
E foi assim que o vi. Era pequeno, frágil e estava ferido.
Continuei a aproximar-me com cautela e quando cheguei à sua beira, ele olhou para mim com cara de sofrimento. Era...um pequeno cachorro.
Peguei nele carinhosamente e levei-o para casa. Tratei-o. Toda a minha família se encantou com o pequeno cachorro e por momentos consegui esquecer o meu casamento arranjado.
Embora estivesse ferido, o cachorro estava muito bem tratado logo significava que tinha um dono. Não me podia afeiçoar a ele, pois sabia que quando encontrasse o dono teria de o devolver.
Neste momento só conseguia pensar no pequeno ser que eu tinha socorrido e a pergunta que eu fazia a mim própria era "De quem será este cachorro?"...

3

Sem eu me aperceber tinha caído a noite em todo o reino e era certo que já tinham dado pela minha falta. Já conseguia imaginar o que diria Nia assim que eu chegasse a casa.
Mas isso não me interessa… a única coisa que me preocupa agora é o casamento arranjado. Sempre que pensava no meu casamento, em criança, imaginava uma cerimónia simples nos jardins da mansão onde vivo com as pessoas mais importantes da minha vida e… com um homem que eu amasse e que me correspondesse esse amor. Mas agora as coisas mudaram, já não sou a mesma criança que sonhava com o final feliz dos contos de fadas, mas antes uma jovem comprometida com um estranho.
Lentamente, e contrariada, ponho-me a caminho de casa. A escuridão ocultava agora parte das coisas belas que eu observava nos meus passeios matinais.
Estou prestes a passar os portões quando me detenho. Um arrepio gelado percorre o meu corpo, quando oiço um som vindo do bosque… uma voz talvez… Alterno o meu olhar entre a mansão e o bosque. Não devia afastar-me, mas sinto que algo ou alguém me chama no meio daquela escuridão. Afasto-me novamente em direcção ao bosque. Aquela voz melodiosa parece cantar para mim… porque me soa tão familiar?
Uma luz surge atrás de mim, despertando-me dos meus pensamentos.

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