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Nos sonhos o tempo corre de forma diferente, a realidade que nos cerca é estranha e parece não passar de uma simples ilusão, mas a verdade é outra…

- Estará morta? – Pergunta uma voz ao longe.
- Não me parece.
As vozes parecem estar mais próximas.
- Será que está bem?
- Claro que está! Ela caiu pela ribanceira abaixo! – Responde uma voz mais sarcástica.
- Olhem, olhem!! Está a acordar! – Exclama uma voz mais jovem.
À medida que abro os olhos, começo a distinguir quatro raparigas de pele morena, cabelos ruivos e olhos claros como o céu de verão.
- Parece que voltou do mundo dos mortos! – Diz uma jovem que aparentava ter 15 anos, debruçada sobre mim com um grande sorriso.
A mais velha do grupo afasta-a de mim e diz:
- O que ela quer dizer é: Bem-vinda ao nosso acampamento.
- Acampamento?… Mas eu estava na floresta… não devia morar aqui ninguém…
- Nós não vamos ficar aqui muito tempo, só parámos o tempo suficiente para descansar, assim que pudermos vamos embora. – Diz outra jovem.
- Somos nómadas, esta é a nossa vida. – Completa a mais nova do grupo com um sorriso inocente.
Mesmo com as explicações delas eu continuava confusa.
- Como é que eu vim aqui parar?
Uma das raparigas corou e aproximou-se de mim.
- Por acaso… f-foi por minha culpa que caíste da ribanceira…
- Eras tu que andavas atrás de mim?!
- S-sim. Desculpa, eu não queria que aquilo acontecesse… eu só queria saber mais sobre os humanos e tu… deixaste-me intrigada…
- O que queres dizer com “saber mais sobre os humanos”? – Eu olhava para elas, cada vez mais confusa com a situação – Quem são vocês?
A mais velha aproximou-se de mim, a sua expressão estava mais séria e os seus olhos pareciam ter perdido o brilho que tinham. Naquele momento, pude perceber a enorme dor que preenchia os seus olhos…

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